Palacete histórico em Vila Isabel, que teria sido do fundador do bairro, está inutilizado

Leandro Neves
29 de mar. de 2017
2 min de leitura

Quem vai fazer compras na antiga fábrica Confiança, onde hoje há um hipermercado e outras lojas comerciais, repara que bem ao lado há uma outra joia arquitetônica. Um palacete grande, bonito e bem cuidado fica em meio às árvores no pé de um morro ao lado. Apesar de quase escondido, ele chama a atenção sem esforço.

Fachada frontal do palacete, restaurado em 2001

Autor: Leandro Neves

Segundo uma lenda que ronda a região, a residência pertencia ao criador de Vila Isabel, Barão de Drummond. Além de ter sido o mentor e responsável pelo planejamento deste bairro, o amigo de Dom Pedro II se destaca na história do Rio por ter sido o responsável pela criação do primeiro zoológico da cidade, na Rua Visconde de Santa Isabel (hoje Parque Recanto do Trovador), e do Jogo do Bicho.

Drummond teria vivido no palacete, nessa época de tão farta inventividade, até a criação da fábrica, em 1896. Desde então, quem passou a ocupar o espaço foi o chefe da tecelagem da Confiança e seus familiares, que só saíram quando as máquinas da construção ao lado encerraram as atividades em 1965.

Busto do antigo chefe de tecelagem da fábrica, que fica em uma das laterias da construção. Peça foi uma homenagem dos operários.

Autor: Leandro Neves

A riqueza estética e histórica do local não impediu que o casarão ficasse inutilizada por mais de 35 anos. Durante este tempo, o espaço ganhou apenas manutenção, mesmo assim precária. A recuperação só ocorreu em 2001, quando o Grupo Pão de Açúcar (GPA) assumiu as dependências da antiga fábrica, incluindo o palacete.

No início deste século, pois, foi feita a restauração da casa, que passou a ser uma das unidades do Instituto GPA no Brasil. Dentre as atividades realizadas no ambiente, os projetos de música eram o de maior destaque. A casa também abriu suas portas para seminários, fóruns, formação de profissionais e eventos culturais.

No entanto, o instituto encerrou seus trabalhos no Rio de Janeiro recentemente. Funcionários terceirizados de segurança do GPA, que tomam conta do espaço, não souberam precisar a data de fechamento. Eles afirmaram, porém, que o palacete está completamente inutilizado.

Antiga fábrica vista do quintal lateral do palacete

Autor: Leandro Neves

Na busca de mais informações a respeito, o autor do blog tentou pesquisar informações no site do instituto, mas este está fora do ar. Um email foi enviado para o GPA para esclarecer a data e razão para fechamento do local, se há previsão de reabertura ou de implementação de outros projetos.

Assim que as informações forem recebidas, serão disponibilizadas aqui no blog.